Amnésia: tipos, causas e tratamento
O que é amnésia?
A
conceituação de amnésia mais clássica é aquela elaborada por Kopelman, que
define a doença como um estado mental patológico no qual a memória e o
aprendizado são afetados em proporção muito maior que as demais funções
cognitivas, como percepção, atenção e linguagem. É importante lembrar que uma
das características mais importantes desta doença é que não há alteração do
nível de consciência da pessoa afetada.
Os
especialistas da área psicológica classificam a amnésia em diversos tipos: a
amnésia anterógrada, retrógrada, global transitória, dissociativa e infantil.
Vamos entender o que caracteriza cada uma delas.
Tipos de Amnésia
Amnésia anterógrada
É
desencadeada por algum trauma que o indivíduo sofreu, como uma pancada na
cabeça. Neste tipo, é pessoa é capaz de lembrar perfeitamente de tudo o que
ocorreu em seu passado, incluindo os momentos anteriores ao trauma. No entanto,
possui dificuldades para consolidar novos conhecimentos.
Dependo
do caso, é possível que a pessoa aprenda algumas coisas através da repetição.
No entanto, em outros casos não é possível aprender nada, já que a capacidade
de relacionar presente e passado é perdida.
Amnésia retrógrada
Pelo
próprio nome já é possível deduzir o que caracteriza este tipo. Também causada
por algum trauma, neste tipo o indivíduo não é capaz de se lembrar de nada
anterior ao trauma, no entanto possui plenas capacidades para adquirir e reter
novos conhecimentos. Isso porque a memória de longa duração está espalhada por
todo o cérebro, e em algum trauma somente parte(s) específica(s) é(são)
afetada(s).
É
interessante dizer que a memória é praticamente inexistente logo após o trauma,
mas com o passar do tempo à memória vai voltando aos níveis normais e os
eventos ficam armazenados.
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Amnésia global transitória
Este
talvez seja o tipo mais enigmático de amnésia, pois combina os dois tipos de
manifestação descritos acima, ou seja, em um primeiro momento o indivíduo tem
um surto de amnésia anterógrada, não conseguindo se lembrar adquirir novos
conhecimentos. Esta fase dura alguns dias ou mesmo horas. Na sequência é
atingido pela amnésia retrógrada.
O
curioso deste tipo de amnésia é que suas causas são bastante enigmáticas.
Enxaquecas e uso de drogas são as causas mais comuns, mas também há relatos de
pacientes cuja causa da doença foi banho frio, stress e mesmo sexo, já que as
essas situações diminuem o fluxo de sangue no cérebro. A boa notícia é que as
chances de recuperação da pessoa são bastante altas.
Amnésia infantil
Não
se trata de uma patologia, mas sim de algo que acomete todas as pessoas. Depois
de adultos, conseguimos nos lembrar de pouquíssimas coisas de nossa infância, e
isso é extremamente normal. O ponto de interesse deste tipo é sua causa. A
neurociência e a psicologia têm teorias bastante relevantes. A primeira diz
que, embora o cérebro da criança seja igual ao de um adulto, os neurônios ainda
estão se organizando. A segunda defende que o processo de aquisição de
linguagem interfere diretamente na memória, pois o sistema de codificação é
diferente. O consenso é que a amnésia infantil é causada por uma combinação de
ambos os fatores.
Amnésia dissociativa
Também
chamada de psicogência, o grande diferencial deste tipo em relação aos outros
está em sua causa: além do trauma, suas causas também podem ter origens
psicológicas, como síndromes emocionais. Sua principal característica é que o
fato do indivíduo perder importantes recordações de sua vida, o que deixa
lacunas em sua vida pessoal.
Os
sintomas incluem depressão e estado de transe. Por isso é muito comum em
pessoas que tentaram suicídio e vítimas de acidentes, desastres naturais e de
conflitos armados.
Causas da amnésia
São
diversos os fatores que podem desencadear a amnésia. Dentre eles temos o
stress, depressão, ansiedade, dieta deficiente, falta de vitamina B1, vida
sedentária e repleta de preocupações, intoxicações, problemas no metabolismo e
a Síndrome de Korsakoff, provocada pelo alcoolismo crônico. Quando a amnésia é
desencadeada por esta última causa, ela é progressiva e irreversível.
Há
também algumas doenças que tornam o individuo mais propenso a ter amnésia, como
Alzheimer (perda progressiva da capacidade mental), Mal de Parkinson (perda dos
neurônios) e aterosclerose (anomalia cerebral que afeta os vasos sanguíneos que
alimentam órgãos vitais).
Tratamentos para amnésia
Não
existe um tratamento padrão para a amnésia, pois ela varia bastante conforme o
tipo e conforme a pessoa. Assim, na amnésia dissociativa o tratamento mais
indicado é a terapia, já que a causa da condição é algum trauma psicológico. Em
outros casos é necessário o uso de medicamentos, como anticonvulsivantes e,
como já foi visto o tratamento das patologias associadas - depressão,
ansiedade, alcoolismo, hipotireoidismo, etc. -, já que em algumas situações a
única possibilidade é tentar amenizar os sintomas através deste tipo de
tratamento.
Dependendo
do perfil da pessoa atingida, também é possível utilizar algumas técnicas de
memorização que impedem ou reduz o ritmo da evolução da doença. Utilização
diária de agendas e calendários com anotações são uma opção, assim como os
métodos de recuperação empregados pelos neurolinguistas.
Prevenindo a amnésia
Atitudes
simples em nosso dia a dia podem ser capazes de reduzir drasticamente o risco
de amnésia e outras doenças neuropsicológicas, dentre as quais estão:
Diminuição
dos fatores de risco, principalmente o colesterol alto e pressão arterial alta,
que favorecem o surgimento não só da amnésia, mas também do Alzheimer e
acidente vascular cerebral (AVC);
Evitar
o uso de substâncias lícitas e ilícitas, principal do álcool, tabaco e drogas
ilícitas, como cocaína e maconha;
Ter
uma dieta rica e variada, com consumo de frutas, legumes, grãos integrais,
carne magra e verduras, principalmente os de cor verde escura, que possuem
substâncias imprescindíveis para a manutenção da boa memória;
Manter
relacionamentos sociais, afetivos e familiares de qualidade e positivos também
é um auxiliar na prevenção da amnésia;
Exercitar
o cérebro também é fundamental, e isso pode ser feito adquirindo novos
conhecimentos, como aprendendo a tocar um instrumento musical, aprender a
operar um programa de computador, fazer palavras cruzadas, etc.;
Exercitar o corpo: além de manter o corpo em
forma e prevenir doenças cardiovasculares, o exercício físico também ajuda a
manter o cérebro saudável, já que estimula a circulação na área, provendo
quantidades de oxigênio maiores.
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