Será Melhor Pedir Divórcio? Medos e Dúvidas Sobre Separação...
Será que devo me separar?
Nenhum
psicólogo, psicanalista ou conselheiro quer incentivar um casal a se separar,
porém existem casos em que os conflitos e prejuízos são tamanhos que tornam
essa a solução mais adequada. Nesse artigo gostaria de falar sobre o fim do
casamento e o que se deve considerar para se tomar essa decisão.
Como saber se o divórcio é a melhor
solução?
É
praticamente impossível ter certeza de que um casamento não tem mais jeito,
afinal de contas ao longo de qualquer vida conjugal acontecem inúmeros conflitos
que são de alguma forma solucionado. Assim sendo, isso é difícil ter certeza se
essa é apenas mais uma crise ou se é fim da união.
O
divórcio torna-se a saída mais evidente quando pelo menos um dos cônjuges
passou a acreditar que não vale mais a pena investir no casamento. Cumplicidade
é a capacidade do casal em se comunicar, fazer planos juntos e de se
co-ajudarem. Sem cumplicidade homem e mulher podem até viver juntos, mas não
são mais um casal.
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A falta de amor é índice mais claro do
final de um relacionamento, em consequência dessa ausência surgem coisas como o
desrespeito, desinteresse falta de cooperação, traição e por vezes a violência.
Existem
também os casos em que um dos indivíduos alega não querer o divórcio por ainda
amar o outro. O amor verdadeiro não é egoísta, quem ama de verdade vai desejar
que o seu amado esteja feliz, ainda que essa felicidade vá se completar como
uma terceira pessoa.
Manter-se
casado tem o seu custo, é necessário se privar muitas vezes da sua individualidade,
deixar a própria vontade de lado em benefício da família entre outras coisas.
Quando esse custo passa a não compensar o benefício que ele traz é hora de
rever o matrimônio.
6 sintomas de uma relação desgastada
A
maioria das pessoas acredita que um casamento acaba somente se algo muito grave
acontecer como, por exemplo, uma traição, uma briga muito séria ou coisa desse
tipo.
A
verdade é que a maioria dos matrimônios termina após anos de desgastes por
pequenas coisas. Então a traição e a briga séria, são consequências do
enfraquecimento da relação e não o problema principal. Veja alguns sinais
de alerta que aparecem em uma união desgastada:
1. Falta de contato
Um
casal que está em sincronia e bem afetivamente, tende a se tocar sempre que
possível. Andar abraçados ou de mão dadas é o exemplo mais claro disso. Quando
uma relação está desgastada o casal para de se tocar, não existe mais caricias
ou aquela “passadinha de mão” e muito menos a famosa troca de risinhos.
As
brincadeiras bobas que só os dois entendem, os apelidos carinhosos e gentilezas
também são uma forma de contato.
2. Não fazem mais coisas juntos
O
mundo moderno é cada vez mais corrido e complicado, porém mesmo assim um casal
que está bem sempre arruma um tempinho para ficar junto. Ainda que seja apenas
para assistir a um filme, em casa mesmo e na companhia dos filhos.
Quando, no entanto, a agenda de um passa a excluir totalmente o outro, fazendo
com que raramente estejam juntos é sinal que as coisas não vão bem.
3. Não saber nada do momento atual do outro
A
falta de diálogo é um grande indicio de que um casamento está periclitando, e
não saber como tem sido a vida do outro nos últimos tempos é um grande sinal de
que não o casal não tenha conversado sobre coisas relevantes nos últimos
tempos.
Se
eu lhe perguntasse agora você saberia responder o que mais angustia seu
companheiro (a) nos últimos tempos? Qual é o maior problema dele (a) no
serviço?
4. Desconfiança
Em
um relacionamento sólido existe a confiança ou pelo menos o benefício da
dúvida. Assim, por exemplo, quando um companheiro se atrasa para chegar em
casa, o outro imagina (em uma relação saudável): “foi pego para hora extra” ou
“ficou preso no trânsito”. Em uma relação desgastada o cônjuge que ficou em
casa imaginaria: “egoísta, parou para ficar com os (as) amigos (as) e nem se
preocupou em ligar” ou pior: “deve estar com outra(o)”.
5. Sarcasmo
Em
um casamento que está falindo o carinho e a cumplicidade dá lugar ao sarcasmo.
As piadinhas e as indiretas que tem como intenção ofender ao outro passam a
aumentar e se tornam mais agressivas. Até mesmo a história de como se
conheceram que era para ser algo bonito fica recheada de deboche: “ele me
perseguiu até vencer pelo cansaço” ou “ela me enganou! Quando eu vi já estava
no altar”. Isso pode até parecer uma brincadeira inocente, mas já é um sinal de
alerta.
6. Falsa paz
A
paz é uma garantia de que o casamento está bem, certo? Quando não existem
atritos e conflitos sim! Mas quando há razões para protestar e simplesmente se
deixa para lá é indicio que a relação está esfriando. Por exemplo, uma esposa
que sempre reclamou da falta de romantismo e atenção do marido parar de fazer
isso é sinal que ela já não se importa tanto com essa atenção e romantismo.
Quando o divórcio não é a saída
Antes
de decidir se a separação é ou não a solução seria interessante considerar
alguns fatos:
De onde vem essa crise?
Alguns
especialistas orientam que antes de se tomar qualquer decisão relativa ao divórcio,
faz se necessário primeiro refletir se a crise está realmente no casamento ou
se ela é pessoal. Então pergunte-se “Será que o meu casamento não está bem ou
sou quem não está se sentindo bem?”.
Príncipe ou sapo?
Tanto
o homem quanto a mulher projetam no seu parceiro um ideal amoroso, todo mundo
deseja se casar com um príncipe ou princesa encantada, esperamos que o outro
seja perfeito e que esteja sempre disponível para realizar as nossas
necessidades, queremos que o outro seja perfeito, mas não existe ninguém assim.
Quando
o cônjuge o demonstra que não é o que esperamos, ele passa a ser o reverso da
idealização: se você não é princesa (ou príncipe) então é o dragão. Nessa
situação o divórcio não é a solução, pois a mesma história irá se repetir com
todas as pessoas que você se relacionar. É você quem precisa amadurecer.
O divórcio tem seu preço!
Sim!
O divórcio também tem seu custo, a tarifa de se descasar é abrir mão de
praticamente tudo o que foi construído com o casamento: estabilidade
financeira, segurança de relacionamento, aprovação social entre outras coisas.
Acho que não preciso listar tudo, tenho certeza de que você já deve ter
considerado tudo o que pode perder com o fim das núpcias. Se caso acredite que
esse preço é alto demais, o divórcio não é a solução para o seu problema.
8 Sinais que seu relacionamento ainda vale a pena:
1. Os dois se preocupam com a aparência: pode
parecer uma dica fútil, mas acredite, ela é supervaliosa. Pois não estamos
falando de uma aparência egoísta e uma preocupação narcisista, mas sim da
preocupação da aparência como um ato para o(a) outro(a) do casal. Se seu(a)
parceiro(a) se preocupa em estar sempre bem, bonito(a) e cheiroso(a) para você,
considere um ótimo sinal;
2. Os dois se preocupam com o prazer
sexual um do outro: é muito comum ouvirmos que depois de
certo tempo de relacionamento o sexo esfria. Isso deve ser considerado uma
verdade. O que pode acontecer é uma queda na frequência das relações sexuais,
algo natural e que deve ser encarado assim. Mas o sexo não deve ficar pior,
pelo contrário, já que o casal tem muito mais intimidade na cama e sabe
exatamente do que o(a) parceiro(a) gosta, e vice-versa, o que deve deixar o
sexo mais carinhoso e ao mesmo tempo mais ardente. Se você sente que as
relações sexuais com seu(a) parceiro(a) decaiu em qualidade ou quem ele(a) não
se importa mais em fazer você atingir o orgasmo, isto é um péssimo sinal;
3. Ambos terem liberdade de ser
exatamente aquilo que são: uma das coisas mais
positivas de um relacionamento é poder se aprimorar como pessoa, tomando para
si as coisas que considera positivas em seu(a) parceiro(a) e tentando mudar
seus defeitos, e vice-versa. Mas há muitas coisas que estão tão intrincadas na
personalidade e são praticamente impossíveis de serem mudadas, e nada há para
se fazer a não ser aceitá-las, seja em relação a você mesmo, ou seja em relação
ao seu parceiro. Por isso a honestidade é fundamental em um relacionamento.
Quando é necessário omitir algo ou se incomodar profundamente com manias,
gestos, traços de personalidade e, em casos mais extremos, até mesmo com a
maneira que seu(a) parceiro(a) enxerga o mundo, é sinal de que o relacionamento
não irá funcionar;
4. Diálogo constante entre o casal: brigas
e discussões são inerentes a qualquer relacionamento, e não há outro jeito de
resolver os conflitos a não ser conversando e expressando tudo o que deve ser
expressado, mesmo que em um primeiro momento isso machuque o(a) parceiro(a);
5. Gestos de afeto espontâneos: outro
ótimo indicador. E não estamos falando de carinho forçado, gerado pela carência
de uma das partes ou devido alguma data ou acontecimento especial, mas sim de
carinhos cotidianos, aqueles que acontecem no dia a dia sem nenhuma razão
específica;
6. Não guardar mágoa ou rancor: muitas
vezes, alguma (ou mesma ambas) as partes do casal faz coisas que podem acabar
magoando o(a) parceiro(a). Em alguns casos, pode ser mesmo a traição. Se a
traição ou qualquer outro fato gerador de mágoa ou raiva for perdoada, é
necessário seguir em frente e, principalmente, não ficar "jogando na
cara" do(a) parceiro(a) erros que ele(a) cometeu no passado. E partir do
momento em que há o perdão, deve haver também o esquecimento, já que guardar
mágoa só faz mal, tanto para o relacionamento quanto para a própria pessoa;
7. Apreciar o tempo que passam juntos: muitas
vezes, por falta de tempo ou de dinheiro, é impossível realizar passeios a dois
e jantares fora com frequência. Mas independente do lugar, é necessário que o
tempo gasto com o(a) parceiro(a) seja de qualidade;
8. Riso constante: uma
das melhores coisas de um relacionamento verdadeiro é poder ser você mesmo, sem
nenhuma restrição ou amarras. Quando o casal tem capacidade de brincar um com o
outro sem nenhum medo ou juízo, é sinal de que o relacionamento está dando
certo e tem tudo para durar muito mais tempo.
Medos e dúvidas relacionados ao divórcio
Por
vezes o que impede um casal de se divorciar não a falta de motivos para fazê-lo
e sim o medo das consequências desse ato. É inegável que a sua vida irá mudar
após a separação, mas isso não quer dizer que ela será pior ou insuportável.
Veja se o seu medo ou dúvida se encaixa em algum dos listados abaixo:
Não é melhor permanecer juntos por causa
dos filhos?
Muitas
vezes ouço pessoas dizendo: “só não me separo por causa dos meus filhos”. Então
eu me pergunto: Será que isso vale a pena?
Se
o seu matrimônio é infeliz vai ser muito difícil esconder isso dos seus filhos.
É impossível esconder a falta de amor e de carinho. Uma união que se estende
além do que deveria traz muitas situações desagradáveis e difíceis de disfarçar
como a traição, as brigas, o alcoolismo e inúmeros outros problemas.
Pare para pensar! Acredita que isso é o
melhor para o seu filho? Lembre-se que as crianças tendem a reproduzir na vida
adulta os lares que tiveram na infância, gostaria que seu/sua filho(a) tivesse
uma vida tão infeliz quanto a sua?
Costumo
ver que esse argumento vindo de pessoas tem medo de se divorciar, por outras razões
(medo do julgamento dos pais, por exemplo) mas não vou entrar nesse mérito.
Devo
contar aos meus filhos que estamos divorciando?
A
tendência natural dos pais é querer esconder dos filhos todos os problemas,
tudo o que existe ruim nesse mundo, como se a ignorância fosse um escudo
protetor. Quando a criança vê um pai saindo de casa (quando não é ela quem sai
de casa) existe a tendência de que ela se sinta culpada pelo que está
acontecendo ou então se sinta abandonada pelo pai/mãe que deixou o lar. Todas
as duas hipóteses são extremamente negativas para elas, então se sua intenção é
proteger os filhos, deixe-os cientes do que está acontecendo ainda que você
acredite que eles são muito pequenos para entender.
Será que eu falhei no meu casamento?
A
ideia de ter falhado no casamento é um fantasma que assombra muitos descasados,
principalmente os que cresceram com a certeza de que o matrimônio é para
sempre.
Primeiramente
o que mede se um casamento deu certo ou não deu certo é a qualidade da união e
não tempo que ele durou. Outro ponto é que mesmo o que dá certo um dia acaba. O
seu casamento deu certo por que você foi feliz durante um tempo, teve filhos
etc.
Para
um casamento acabar são necessários vários fatores e muitos não dependem da
vontade do casal, ou seja, é possível que por mais que você se esforce o seu
casamento acabe mesmo assim afinal você não controla o mundo e nem a vontade do
outro.
O que os meus pais vão pensar de mim se
eu me divorciar?
Provavelmente
os seus pais têm uma consciência maior do seu problema do que você imagina e
não vão se surpreender tanto quando você der a notícia a eles.
Hoje
em dia com tantos meios de comunicação discutindo o tema divórcio, até mesmo os
casais mais tradicionais mudaram a sua opinião sobre o fim de um
relacionamento. A maior parte dos pais que eu conheci aprovou a separação dos
filhos, uma vez que o maior desejo deles é a felicidade dos seus rebentos.
Ainda
que seus pais não concordem som a sua separação, não vale a pena sofrer por
conta dos outros.
Será que vou conseguir sustentar os meus
filhos após o divórcio?
Não
ser capaz de manter os filhos depois da separação é a preocupação de muitas
mulheres, mas veja um pouco além:
Por
mais que o seu marido tenha ressentimentos com você, se ele for um pai razoável
ele vai querer o bem-estar dos filhos deles. A maioria dos pais que eu atendo
costumam dar mais dinheiro do que foi estipulado em juízo. É claro que se o seu
marido foi o principal provedor na sua casa, seu estilo de vida irá cair um
pouco após o divórcio, mas a lei sempre irá garantir os direitos dos seus
filhos.
É
muito provável que você precise arrumar um emprego ou conseguir um que pague
mais. Nessa situação você vai precisar de uma creche ou de alguém que cuide dos
seus rebentos. Você pode contar com a ajuda do seu ex e da família dele para
ajudar.
Hoje
em dia muitos pais desejam ficar com a guarda dos filhos, se ele tiver melhores
condições de ficar com as crianças não seja egoísta e pense no bem-estar dos
pequenos e não apenas na falta que eles vão fazer para você.
No divórcio ela vai levar tudo o que eu
tenho?
Para
os homens eu digo que o juiz irá exigir apenas que cumpra o seu papel de zelar
pelo bem-estar dos seus filhos. O juiz (ou juíza) irá levar em consideração a
necessidade das crianças, os seus ganhos e os seus gastos, em outras palavras,
você não vai morar na rua, nem passar fome.
Lembre-se
de que pensão é o direito dos seus filhos e isso não tem nada a ver com sua
ex-mulher. Em contrapartida ser muquirana pode afastar suas crianças de você,
imagino que não seja isso o que deseja.
Será que consigo me relacionar com outra
pessoa depois disso?
Existe
em alguns divorciados a ideia de que estão muito velhos ou que já tem filhos e
por isso não irão conseguir um novo amor. Outros descasados se tornam inseguros
e desconfiados em relação a um novo relacionamento.
Para
quem acredita que ninguém mais irá se interessar por você, basta olhar ao redor
e vai perceber que está enganada (o), muitas (os) divorciados conseguem entrar
em um novo relacionamento. Existem serviços de namoro pela internet
especializado em ajudar os divorciados encontrarem outro amor.
Se
você perdeu a confiança no sexo oposto tenha em mente que nem todo mundo é
igual existem muitos homens e mulheres que são bem diferentes do (a) seu/sua
ex.
Talvez
(muito provavelmente) você se casou com alguém que tinha problemas muito
peculiares e é possível encontrar uma pessoa totalmente oposta a ele/ela. Não
se deixe levar por quem passou por experiências ruins no casamento e diz que
todo homem (ou mulher) é igual, isso é uma grande bobagem.
Todavia
é imperioso que antes de entrar em um novo romance, você passe olhar para a si
mesma(o), reveja velhos conceitos e tente restabelecer a confiança em si mesmo
(a).
Considerações finais
Ninguém precisa viver sozinho, mas em alguns casos a própria
companhia é muito melhor do que estar em um relacionamento infeliz e sem
possibilidades de avanço.
Essa
não é uma decisão fácil de tomar, por esse motivo antes de qualquer coisa pense
muito bem se é isso que você realmente quer. Mas tenha em mente que a vida é
algo que passa muito rápido e não dá para desperdiçá-la sendo infeliz ou
tentando agradar aos outros.
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